A ABFLEXO/FTA-Brasil escolheu como tema central da CIF 2021 o tema “A Indústria 5.0 na flexografia e conversão digital: homem e máquina trabalhando juntos!”. O objetivo será Mostar a relevância da automação de processos e como os profissionais precisam estar preparados para toda a alta tecnologia que já chegou e está chegando na indústria.

Porém, muitas vezes o empresário precisa dar alguns passos antes de focar em automação de processos. Por isso, a CIF 2019 convidou Bruno Mortara, diretor técnico da ABTG e um dos grandes especialistas da indústria de impressão no Brasil, para ministrar a palestra “Lições de casa antes da Indústria 5.0”.

Bruno Mortara detalha: “Os principais pontos abordados em minha palestra serão uma visão sistêmica dos processos gráficos a partir das boas práticas de produção industrial. Iniciaremos com as estruturas de qualidade mais amplos, ISO 9001, ISO 19303-1 e sua aplicação comercial BrandQ. A partir destas normas estruturantes dos processos produtivos são agregadas as normas específicas aos processos de impressão: do design, pré-impressão, gravação de fôrmas, impressão, ao acabamento e logística”.

E por que a padronização? “A padronização dos processos produtivos traz maior controle sobre os recursos utilizados, sua eficácia, sua eficiência, a qualidade geral e, portanto, a rentabilidade da produção. Através da utilização de boas práticas advindas de normas técnicas e especificações públicas, a indústria consegue manter um nível de qualidade que atinge os requisitos do cliente e, além do mais, consegue garantir que esse nível foi atingido em cada lote da produção. Desta forma, cada entrega pode vir acompanhada de um certificado de avaliação que garante os requisitos e características técnicas acordados com o cliente”.

Após a implantação de boas práticas definidas em normas técnicas e em acordos contratuais com seus clientes, as indústrias gráficas poderão verificar e atestar de forma incontestável as boas práticas implantadas nos seus processos.

E como isso é feito? Através de certificações, em especial aquelas feitas por terceiros, que têm a grande vantagem de serem isentas. “A vantagem das certificações feitas por terceiros, em especial terceiros com reputação comprovada, é a demonstração para os clientes e parceiros comerciais de que a empresa está em conformidade com as melhores práticas do mercado, que asseguram a qualidade dos produtos e serviços executados, hoje fundamentas nas mais diversas cadeias produtivas e de fornecimento”.

Os processos controlados e as embalagens

Bruno Mortara destaca que a indústria de embalagens, através dos convertedores e a cadeia de fornecedores, vem desenvolvendo inúmeras ações para melhorar seus processos produtivos. Essas ações vão desde congressos, feiras, exposições, palestras e a adoção de insumos e equipamentos de última geração.

“Porém isso tudo só se torna eficiente no sistema produtivo uma vez que os colaboradores e alta direção estejam engajados de forma sistemática para atingir a qualidade requisitada pelo cliente. Infelizmente ainda estamos num ambiente em que altas tecnologias convivem com controles medievais como as temíveis cartelas de cores (baixa, ideal e alta densidade). Somente através de uma decisão corajosa do corpo diretivo é que essas empresas poderão mudar essas estruturas incrustradas no seu sistema produtivo”.

Dentro dos processo controlados na conversão de embalagens, alcançar a cor exata é um trabalho essencial. Mortara reforça que este é um ponto em que as novas técnicas, em especial a ISO 12647-6 e as normas auxiliares de materiais e métodos de medição, garantem a consistência da cor impressa em flexografia.

“Esse é um ponto onde indústria nacional tem muito a se desenvolver, em especial, para atender as necessidades das grandes corporações multinacionais. Essas empresas possuem produtos de consumo com cores de marca que devem ser repetidas dentro de estreitas tolerâncias para manter a fidelização dos consumidores e a adoção das medidas que discutimos acima é crucial para garantir o sucesso destes importantes clientes e, portanto, dos convertedores”, finaliza Bruno Mortara.