Uma pesquisa realizada pela KPMG com CEOs da América do Sul apontou que 91% deles estão confiantes ou muito confiantes no crescimento das empresas que eles lideram, um percentual superior aos líderes globais (85%). Esse otimismo se mantém quando questionados sobre a confiança com o crescimento dos setores em que atuam, ficando 91% para os executivos dos países sul-americanos contra 85% no global. O levantamento “KPMG 2022 CEO Outlook” com recorte para essa região ouviu 255 líderes dos oito países sul-americanos, incluindo o Brasil.

Os entrevistados foram perguntados também sobre as melhores estratégias de crescimento e desafios geopolíticos. Os dados apontaram que 31% na América do Sul e 27% no mundo investirão em alianças estratégicas com terceiros e que o gerenciamento de riscos geopolíticos preocupa mais o grupo global (20%) do que os sul-americanos (12%). Além disso, para 66% dos sul-americanos e 67% dos CEOs do grupo global, questões que estão em evidência no momento, como a invasão da Ucrânia pela Rússia, a crise climática e o risco de estagflação terão impacto em suas empresas.

Recessão pouco provável para os sul-americanos

Na América do Sul, apenas 30% dos entrevistados acreditam que haverá uma recessão, ante 86% da amostra global. Para 34% dos sul-americanos, caso ela aconteça, deverá ser leve e curta, com duração máxima de seis meses, o mesmo que pensam 58% dos CEOs do grupo global. Eles disseram ainda que a principal estratégia de enfrentamento de uma recessão será o aumento da produtividade para 73% na América do Sul e 50% do grupo global.

ESG com uma abordagem proativa para o social

O propósito corporativo é importante para o impulsionamento do desempenho financeiro segundo 90% dos líderes sul-americanos e 73% dos executivos do grupo global. Para 45% na América do Sul e 34% no grupo global, o principal fator de aceleração da estratégia ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) das empresas será a abordagem proativa para questões sociais, como aumento do investimento em salários dignos, direitos humanos e uma transição justa.

Enquanto isso, o desafio da falta de orçamento para investir na transformação de fatores ESG está no radar de apenas 5% dos sul-americanos, ante 15% do grupo global. O interesse dos stakeholders sobre o desempenho das empresas em questões ESG continuará a acelerar. É o que acreditam 69% dos líderes sul-americanos e 72% dos CEOs do grupo global.

“De forma ampla, a pesquisa trouxe um retrato do que os líderes sul-americanos esperam para o próximo ano. São questões como confiança na economia, ESG, recessão, mercado de trabalho que são preocupação globais e que estão alinhadas com o que os executivos brasileiros também pensam. Com a disseminação da covid-19 controlada, já é possível retomar o otimismo nas empresas e pensar em estratégias de crescimento a curto e médio prazos”, analisa o presidente da KPMG no Brasil e na América do Sul, Charles Krieck.