O TEST FORM ou TEST CHART é uma das mais poderosas ferramentas para controle do processo de impressão flexo! Pena que pouca gente sabe disso ou dá o devido valor. Mas, como é possível então que se controle o processo usando um Test Form? Neste artigo, confira dicas importantes para você acertar logo na primeira vez!

Basicamente o Test Form (Formulário de Teste) ou Test Chart (Carta de Teste) tem a função de levantar a curva de reprodução da máquina impressora cruzando informações de anilox (tipo, BCM e lineatura), tinta (diversas características como fabricante, força de cor, viscosidade e aplicação), clichê (lineatura, tipo de cópia/gravação e fabricante) e Dupla-face (fabricante, tipo, compressividade, etc). O resultado é único e intransferível, ou seja, só serve para aquelas condições de máquina/anilox/clichê/tinta/dupla-face. Não dá para utilizar o resultado do teste em outra empresa ou mesmo em outra máquina. Transmito abaixo algumas dicas/perguntas sobre o assunto.

Quais os tipos de Test Form que existe e qual o melhor?

Não há muitos, mas os mais comuns são o IT8, Cyfos, GMG e alguns que a própria clicheria cria. No entanto, o ideal hoje em dia é usar o indicado pelo sistema que sua empresa ou sua clicheria utiliza. Por exemplo, o Chart da GMG é um dos mais usados e tem resultados precisos.

Como é feita a medição?

Depois que o Test estiver impresso, será recolhida uma amostra e enviada para a pré-impressão ou clicheria. Lá eles recortam o chart (o quadro com os inúmeros quadradinhos coloridos) e passam num scanner apropriado como o i1 ou da Xrite.

Há diferença entre Test Form e “Finger Print”?

O objetivo principal é o mesmo, ou seja, ambos darão a performance de ganho de pontos e características de reprodução daquela impressora e insumos. No entanto, o termo Finger Print é mais utilizado no processo de impressão offset. Já na flexografia, o teste evoluiu para o “CHART”. O Finger Print é composto de diversos elementos além do “Chart” de cores, como registro, sobreposições, linhas finas e grossas, escalas de “gris” ou cinza, “slur” ou esmagamento, entre muitos outros. No entanto, tudo isso pode servir apenas como um estudo visual porque o que manda mesmo é o ganho de pontos que pode ser levantado com o Test Chart ou Test Form. Um exemplo de Finger Print utilizado muito no passado é o famoso Cyfos desenvolvido pela Dupont para “mapear” o processo de impressão. Hoje, porém, não é mais necessário.

Durante um tempo também foi utilizado o IT8 que é um chart desenvolvido originalmente pela ANSI (American National Standards Institute) e depois foi incorporado pelo CGATS (Committee for Graphic Arts Technology Standards) em 1994 e tinha como objetivo calibrar máquinas fotográficas, mas que com o tempo passou-se a utilizar para levantamento da curva de reprodução gráfica. Possui targets (quadradinhos para leitura do scanner) com 24 para gris (cinzas), 264 cores em 22 colunas. Ainda é utilizado por muitas clicherias, porém algumas clicherias estão preferindo outros, visto que os charts atuais possuem quase 2.000 targets ampliando muito o gamut (espaço ou profundidade de cores).

De qualquer forma, ambos funcionam e cabe a cada empresa que está interessada em conhecer seu processo de formação da imagem na sua impressora ver o que é melhor com sua clicheria.

Algumas coisas são fundamentais na realização do teste.
Confira algumas sugestões de cuidados e verificações:
  • Escolha junto com a clicheria o melhor Test Form ou Test Chart para o seu caso. Imagens fotográficas e de embalagens servem apenas como guia visual, porque na prática o que interessa mesmo é o chart (quadro com os targets ou quadradinhos).
  • Determine também quais valores de densidades. Só para se ter uma ideia, as densidades variam dependendo do tipo de gravação se você está usando chapas com superfície modificada ou se é Digital Convencional. A clicheria deve dizer pra você o que é melhor. Para entender bem, vamos dar um exemplo: no caso das chapas com superfície modificada, as densidades deverão ser maiores que o Digital Convencional porque essas placas vão transferir maior volume de tinta, especialmente nas áreas chapadas e isso aumenta a força de cor na impressão.
  • Lineatura do clichê (Test Form): utilize a lineatura mais comum que costuma trabalhar. Não invente colocando lineatura muito altas para o seu tipo de produto impressão. Não adianta fazer um test form com lineatura de 70 LPC, se você trabalha comumente na casa das 48 LPC.
  • Aniloxes Limpos: não esqueça que deverá usar os aniloxes que normalmente utiliza para impressão, porém muito bem limpos.
  • Configuração Anilox versus clichê: a lineatura do anilox e as do clichês devem ser apropriadas. Minha sugestão é que você trabalhe com proporções de 6×1 no caso de ponto flat (topo plano) ou seja, o anilox deve ter 6 vezes a lineatura do clichê. Por exemplo, se seu clichê tem 54 LPC, então seu anilox deve ter pelo menos 320 LPC. E no caso do digital convencional utilize a proporção de 8×1. Em outro blog/artigo vou explicar melhor o porquê dessa relação.
  • Cuidado sobre onde mede: durante algum tempo houve uma discussão no órgão mundial de padronização para a área gráfica sobre que papel deve-se utilizar debaixo da amostra que você vai medir. Bem, se a amostra é sobre material auto-adesivo não há muito com o que se preocupar, porém se a amostra é transparente, então coloque folhas de papel sulfite branca. O ideal mesmo é o papel LENETA que possui padrão mundial.
  • Velocidade de impressão: utilize velocidade que costuma rodar a produção. Velocidade muito acima ou muito abaixo do normal que você está acostumado nesta impressora dará resultados distorcidos.
  • Tinta: Todo o cuidado é pouco neste caso, porque é da tinta que vem a cor. Limpe cabalmente todo o sistema de entintagem (bombas, mangueiras, doctor blade, etc). Coloque facas novas. JAMAIS reutilize tinta que já foi utilizada num serviço anterior. Prepare tintas novas. Acerte viscosidade e secagem (no caso de tintas a base de solventes ou água) e primeiro chegue nas densidades primeiramente trocando os ANILOXES se possível e por último mexa na tinta. NUNCA tonalize qualquer tinta cromia. Cuidado com contaminações durante o teste.
  • Teste sobre substratos diferentes conforme a necessidade. Não é necessário fazer sobre PET transparente e também BOPP transparente, porque ambos darão resultados idênticos.
  • Faça anotações cabais nas amostras recolhidas. Guarde umas amostras para você também além daquelas que a clicheria levará para fazer as medições. Só descarte quando for feito novo teste e este substitua o anterior.

Quando fazer novo teste? As razões para se fazer novos testes são diversas e a decisão é sua comparando os resultados. Normalmente deve-se fazer novos testes quando trocar de clicheria ou de sistema de gravação (por exemplo, sair de gravação convencional e ir para ponto de topo plano), mudança do fabricante ou tipo de tinta, nova máquina impressora, novos aniloxes com configurações diferentes daquelas que você usava (por exemplo, trocar de gravação convencional hexagonal para GTT ou mudar de fabricante de tinta).